Por Da Redação
Pesquisadores também chegaram a conclusão que variante do vírus (surgida no Reino Unido) causa mais tosse e menos perda de olfato
Foto: Lucas Negrisoli / O Tempo
Um estudo com mais de um milhão de pessoas na Inglaterra, conduzido pelo Imperial College London, identificou mais quatro sintomas relacionados ao coronavírus, incluindo calafrios.
Além dos "clássicos" - perda do olfato e paladar, febre e tosse persistente - agora os cientistas listam calafrios, perda de apetite, dor de cabeça e dores musculares. No entanto, eles ressaltaram que 60% das pessoas infectadas não relatam nenhum sintoma.
Para chegar a conclusão, os pesquisadores fizeram testes e questionários, entre junho de 2020 e janeiro de 2021. Quanto mais sintomas as pessoas apresentassem, maior a probabilidade de o teste ser positivo.
O estudo também descobriu que havia variação nos sintomas conforme a idade. Calafrios foram relatados em todas as idades; dores de cabeça foram relatadas em jovens de 5 a 17 anos; perda de apetite, na faixa etária entre 18 a 54 anos e mais de 55 anos; e dores musculares em pessoas de 18 a 54 anos. Crianças de 5 a 17 anos apresentaram menor probabilidade de relatar febre, tosse persistente e perda de apetite em comparação com adultos.
Atualmente, as pessoas na Inglaterra são incentivadas a fazer o teste Covid-19 apenas apresentarem um dos quatro sintomas clássicos. Se os sintomas adicionais fossem incluídos, os testes podem contemplar um número maior de pessoas.
O professor Paul Elliott, que conduzuiu a pesquisa, disse ao site do Imperial College London: “Essas novas descobertas sugerem que muitas pessoas com Covid-19 não farão o teste - e, portanto, não se isolarão - porque seus sintomas não correspondem aos usado nas orientações atuais. Espero que nossas descobertas sobre os sintomas mais informativos signifiquem que o programa de testes pode tirar proveito das evidências, ajudando a identificar mais pessoas infectadas”
As descobertas serão submetidas à revisão por pares.
Sintomas das novas variantes
A pesquisa também explorou se o surgimento de uma nova variante do coronavírus no Reino Unido, identificada pela primeira vez em Kent, estava relacionado a um perfil diferente de sintomas.
Os pesquisadores compararam os sintomas e os resultados do teste coletados entre novembro e dezembro, quando a nova variante representava 16% das infecções na Inglaterra, com dados semelhantes coletados em janeiro, quando cerca de 86% das infecções foram da variante.
Embora os sintomas fossem semelhantes, em janeiro, em comparação com novembro e dezembro, a perda ou alteração do olfato foi menos predominante, enquanto a proporção de pessoas com tosse persistente pareceu aumentar.